Na manhã dessa terça (21), o Sindicato dos Enfermeiros do Distrito Federal (SindEnfermeiro-DF) participou de audiência pública sobre o fechamento do Serviço de Pronto Atendimento do Núcleo Bandeirante. A população reivindica que o serviço seja reestabelecido, mesmo durante a reformulação da Atenção Primária à Saúde.
Jorge Henrique, diretor do SindEnfermeiro chamou a atenção para a ausência do controle e do monitoramento social, na Saúde, por parte do Governo do Distrito Federal (GDF). “Aqui, nessa audiência, está se fazendo valer o controle social que, formalmente, não é realizado e estimulado pelo Governo. Se hoje há o embate entre a população – que quer manter um serviço de saúde – e o Governo, é porque o controle social não se faz valer atualmente no Distrito Federal” disse Jorge.
O representante do sindicato complementou reforçando que o SindEnfermeiro é a favor da reformulação da Atenção Básica, mas é contra a retirada arbitrária de serviços de emergência, durante o processo de transição do modelo de saúde tradicional para o de Estratégia em Saúde da Família (ESF). “Nós não negamos o projeto de reestruturação da Atenção Básica. Mas a discussão da reestruturação – que é importante – não pode estar deslocada do debate sobre a manutenção dos serviços” explicou Jorge Henrique.
Moradores do Núcleo Bandeirante e de regiões próximas à cidade solicitam que o serviço – que alegam estar fechado desde novembro de 2016 – seja reestabelecido paralelamente à reformulação da Atenção Primária. Nós queremos que mantenham o serviço do jeito que está e implemente a estratégia saúde da família. Deus ajude que dê certo. Mas que se mantenha a estrutura que nós tínhamos”, disse João Hermeto, líder comunitário da região.
Marcos Quito, coordenador de Atenção Primária à Saúde, afirmou que – a princípio – o horário estendido de 23h até as 7h “não vai mais funcionar na unidade” do Núcleo Bandeirante. O que gerou protestou das pessoas que participavam da audiência. De acordo com Quito, a Secretaria de Saúde tem “informações” que mostram a falta de produtividade, na unidade de saúde, durante o período noturno.
Por fim, Quito assumiu o compromisso de debater o reestabelecimento do serviço com a população da cidade. “Está em curso a formatação do plano de ação da região centro-sul. Se tiver elementos pra gente abrir o pronto atendimento, vamos discutir. Mas se não tiver elementos, também vamos debater”, disse
A audiência foi proposta pelos deputados distritais Wasny de Roure (PT) e Ricardo Vale (PT). Também estiveram presentes o administrador do Núcleo Bandeirante, Rossevelt Vilela, a presidente do Conselho de Saúde da cidade, Maura Lúcia e outras entidades sindicais da saúde do Distrito Federal.