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No DF, conferências debatem papel da Enfermagem na Saúde da Mulher

Publicada em 25 de maio de 2017

Profissionais, especialistas e estudantes de Enfermagem debatem, nessa quinta (25) e sexta (26), condutas e políticas voltadas para a Saúde da Mulher. Durante esses dois dias, a Conferência Livre de Enfermagem em Saúde da Mulher, realizada na sede da Associação Brasileira de Enfermagem (ABEn-DF), discute a vulnerabilização e a inserção da Mulher, na assistência e no mercado de trabalho da Saúde.

Carmem Lucia Luiz, Conselheira Nacional de Saúde, afirmou que é necessário ter consciência do contexto atual para que os avanços aconteçam. “Nosso tempo e lugar são machistas. Então é isso que a gente reproduz. Temos que trabalhar com os homens para livrarem-se dos privilégios e com as mulheres para saírem desse lugar de oprimidas”, disse.

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Conferência de Saúde da Mulher, na sede da ABEn

Carmem chamou a atenção para a desigualdade que se perpetua através dos hábitos mais comuns. “Se formos trazer isso para o nosso lado profissional, precisamos ter bastante atenção. Nascer mulher é ser vulnerabilizada. Não vulnerável. Quando você fala vulnerável, parece que é uma condição intrínseca da pessoa. E a gente não é vulnerável. A gente é vulnerabilizada por um sistema. As palavras contêm conceitos em si. Elas contribuem para a manutenção ou para o enfrentamento de uma desigualdade”, afirmou Carmem.

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Conferência de Saúde da Mulher, na sede da ABEn

Dayse Amarílio, presidente do SindEnfermeiro, destacou o desequilíbrio entre homens e mulheres, no mercado de trabalho, mesmo tratando-se de países democráticos como o Brasil. “Sou a favor das diferenças. Inclusive, biológicas e psicológicas. Mas a gente sabe que a enfermagem é majoritariamente feminina. E infelizmente, numa democracia, nós ainda enfrentamos a desigualdade no tratamento entre homens e mulheres. A gente sabe que a mulher pode estar no mesmo cargo de um homem. Mas vai ganhar cerca de 30% menos, só pelo fato de ser mulher. Então temos muito o que avançar”, destacou Dayse.

A presidente ainda fez um convite às mulheres. Para Dayse, os avanços dependem da representatividade feminina nas instâncias que regulam a sociedade. “Temos que ocupar os nossos espaços. Se não tivermos realmente quem lute por nós. A gente fica órfão. Nós fazemos a diferença”, disse.

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Conferência de Saúde da Mulher, na sede da ABEn

Santa Maria e Gama pela Saúde da Mulher

Nessa quinta (25), os Conselhos de Saúde de Santa Maria e Gama também promoveram debate sobre Saúde da Mulher. O evento, realizado no hospital regional de Santa Maria e aberto à comunidade, discutiu os “desafios para a integralidade com equidade”.

Ana Catarine, diretora do SindEnfermeiro, destacou a “importância da equidade frente às desigualdades sociais”, lembrando a dupla jornada vivida por mulheres trabalhadoras. Ana convocou os presentes a juntarem-se à resistência contra a reforma da previdência – proposta pelo governo Temer- que aumenta o tempo de contribuição da mulher, mesmo diante de desigualdades evidentes.

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Conferência de Saúde da Mulher, no Hospital Regional de Santa Maria